Wednesday, May 05, 2010

Um dia nada convencional - Parte 1

Essa história verídica aconteceu ano passado, no mês de maio. Vou contá-la aos poucos, pois é comprida...

Fui passar uma semana trabalhando na FioCruz do Rio, trabalhando com um professor muito bacana, o Ernesto. E, como estudante é pobre em recursos financeiros, pedi asilo na casa da minha amiga-bióloga-da-faculdade Aninha que mora lá.
Tem um serviço de transporte por van, muito bacana que te pega no aeroporto e te deixa no hotel. O custo-benefício dele é sem comparação ao do táxi! Sempre procuro por esse tipo de serviço antes de viajar. Chego a economizar 50-60 reais no trecho aeroporto-hotel! Mas como o serviço é restrito a deixar o passageiro na frente do hotel, eu tive que procurar pelo hotel mais próximo da casa da Aninha. Assim, eu economizaria e ainda perdia umas calorias carregando minha mala pelas calçadas de Ipanema.

E lá fui eu marcar o esquema pelo site da empresa de transporte. Marquei o horário que eu queria que eles me pegassem no aeroporto. Inclusive, tive que marcar uma hora e meia mais tarde do que eu chegaria, porque eu fiquei receosa de perder o esquema, né? Até porque as vans sempre estão preenchidas. Perdeu? Já Elvis...
Mas, mal sabia eu quer essa hora faria diferença em tudo o que aconteceria depois naquele dia. =P

O dia já tinha começado estranho no aeroporto de Brasília. Meu vôo foi remanejado. Tive que descer, pois eu precisaria pegar um ônibus dentro do aeroporto para chegar ao avião. E por isso, o portão de embarque é num tipo subsolo do aeroporto, de frente pra pista. Esse pequeno saguão abriga dois portões de embarque, mas é minúúúsculo e estava lotaaaado! Com certa dificuldade, eu encontrei um canto pra sentar, porque vários vôos atrasaram (e o meu não, eu disse que tava estranho, né!?). Coloquei meu fone, botei uma música bacana e comecei a busca pelo chocolate perdido no buraco negro que é a minha bolsa. "Oba, achei!" Distraída pelo chocolate, do nada, sinto que estou sendo rodeada por pessoas (e olha que o chocolate não estava batizado, hein!) e o número aumentava a cada momento que se passava. Tinha um círculo de pessoas ao meu redor. E eu, sem entender, olhava aquele povo, que tirava foto e falava alto.
Aí, vejo uma pessoa vestida em uma blusa preta, bem perto de mim, com uns dizeres extremamente esclarecedores em suas costas: STAFF. Bastou pra que eu entendesse que o povo ali era importantche! Claro que eu tenho minha porção interiorana no sangue (êê Goiás!). Aquele bichinho da curiosidade começou a coçar e eu levantei logo da cadeira.
Fiquei a ponta dos pés, me estiquei, vi um monte de caixa de instrumentos musicais e pensei: "Ah massa! Deve ser uma banda daqui de Brasília! Quem sabe Capital ou Paralamas?" Observei outras pessoas de preto, mas todas estavam de costas. De repente, começam os gritos e aquele furdunço!
A densidade populacional começou a aumentar ali naquela área, além dos flashes das máquinas, dos celulares filmando e eu com cara de abestada, sem saber o que/quem estava passando.
Ah, eu queria descobrir! Agora era uma questão de honra! =D Mas, a luz ao meu cérebro veio quando vi um cara alto, meio gordinho, com um cabelo meio pra cima e um óculos escuros, tão escuros que eu não entendia como ele estava andando sem tropeçar nas coisas.

"Djísus! Não é o Capital! Não é o Paralamas! Esse cara só pode ser terrorista! Só pode ser terrorista!!".

Ah, nem! Que decepção!! Era o carinha do KLB.
(continua)